segunda-feira, 24 de agosto de 2020

[RESENHA VEST] Dom Casmurro

Olá, preguiçosxs!
Tardiamente, decidi ler esse clássico da literatura brasileira. Hoje, vou contar o que eu achei.

  Em Dom Casmurro, acompanhamos a história de Bentinho, que além de personagem principal é narrador. No alto de sua maturidade, esse mesmo homem decide escrever um livro com suas memórias. Ele começa do começo, na sua juventude, quando seu destino era ser padre por causa de uma promessa de sua mãe. Nesse mesmo momento, Bentinho descobre a paixão por sua amiga, Capitolina. A partir daí seu objetivo é fazer com que a mãe desista da promessa para poder ficar junto de Capitu, a moça dos olhas de cigana oblíqua e dissimulada.
  Depois de algumas manobras e com a ajuda de José Dias, um agregado da família, Bentinho vai para o seminário e logo depois sai. Lá ele conhece Escobar, que se torna um grande amigo. 
  Passado poucos anos, Bentinho e Capitu se casam. Escobar e a melhor amiga de Capitu, Sancha, também. Tudo parece prosperidade, até que uma sucessão de fatos acende a desconfiança no ciumento Bentinho.
  Não vou detalhar esses fatos, muita gente já deve saber mesmo sem ter lido o livro que é extremamente popular. A pergunta que surge é a seguinte: Capitu traiu ou não traiu Bentinho?

"O destino não é só dramaturgo, é também o seu próprio contra-regra , isto é, designa a entrada dos personagens em cena, dá-lhes as cartas e outros objetos, e executa dentro os sinais correspondentes ao diálogo, uma trovoada, um carro, um tiro."

  Dom Casmurro é sensacional. Sou suspeita para falar porque adoro Machado de Assis desde que li Memórias Postumas de Brás Cubas. Seu estilo de escrever é muito envolvente. A acidez e a ironia são marcas únicas, além da interação com o leitor que deixa tudo mais interessante. Ademais, a obra está imersa no contexto histórico da época: costumes, valores, cultura e etc.

"A leitora, que é minha amiga e abriu este livro com o fim de descansar a cavatina de ontem para a valsa de hoje, quer fechá-lo às pressas, ao ver que beiramos um abismo. Não faça isso, querida; eu mudo de rumo."

  Em relação à pergunta que todo mundo faz sobre o casamento de Bentinho e Capitu, lá vai minha opinião: ela não traiu. Bento Santiago representou o famoso conceito de macho escroto do século XIX. Honestamente, que homem louco e obsessivo. A impressão que se tem é que suas suspeitas - que eu julgo infundadas - geram alucinações ou algo do tipo, não é possível! O leitor sente raiva e até nojo do que ele chega a pensar em fazer com Capitu e seu filho Ezequiel. Até porque ele não se arrepende de nada.
  Revoltas a parte, o livro é indispensável, pois além de clássico, é bom! Ah, e alguns vestibulares cobram como leitura obrigatória. Sei que esse é um momento muito difícil e incerto para xs vestibulandxs, no entanto, a leitura de uma obra como essa pode ser prazerosa e divertida, mesmo durante a pandemia. Até mais!

*Movimento literário: Realismo

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