Olá, preguiçosxs!
A resenha de hoje é sobre o livro Leite derramado do Chico Buarque, mais conhecido por suas músicas. Infelizmente, a leitura me surpreendeu de forma negativa... Antes das considerações, vamos ao enredo.
Bom, é difícil descrever o enredo (!?). A história é narrada em 1ª pessoa por um homem centenário em seu leito de morte. Outrora esse homem pertenceu a uma família influente do Rio de Janeiro; uma família de políticos, com grandes propriedades, escravizados, joias e etc. No entanto, desde o final do século XIX essa estirpe vem entrando em decadência, tanto financeira quanto espiritual.
Entre delírios e memórias - falsas e verdadeiras - o homem que narra a história e que está internado, vai esvaecendo na miséria. Ele tem como objetivo contar sua história para alguém, talvez um funcionário do hospital, talvez sua filha que não se importa com ele. No final das contas, ele consegue narrar em 195 páginas, mas não dá pra saber se tudo que o personagem fala é verdade.
"Estou pensando alto para que você me escute. E falo devagar, como quem escreve, para que você me transcreva sem precisar ser taquígrafa, você está aí? Acabou a novela, o jornal, o filme, não sei por que deixam a televisão ligada, fora do ar. Deve ser para que esse chuvisco me encubra a voz, e eu não moleste os outros pacientes com meu palavrório."
Honestamente, o livro é péssimo. A narrativa é muito confusa e os personagens são mal construídos. Compreendo que a confusão decorre da velhice do personagem narrador, porém, poderia ser melhor. O homem centenário é uma pessoa ruim, espiritualmente e moralmente; tive repulsa dele em vários momentos. A impressão é que ele está pagando por tudo que fez ao longo da vida, agora que está doente, pobre e sozinho. Não adianta mais chorar o leite derramado...
Narrativas alineares exigem cuidado, é necessário que uma base sólida esteja estabelecida para o leitor trafegar de um tempo para o outro sem se perder ou cansar. Infelizmente o feedback é negativo. Até mais, beijos!
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