segunda-feira, 10 de junho de 2019

[RESENHA] O tempo entre costuras


Olá, preguiçosos!
Quem aí curte um romance histórico? (EU) Bom, a resenha de hoje é sobre o livro O tempo entre costuras que é ambientado na Espanha durante a Guerra Civil (1936-1939) e o início da ditadura de Franco.

  Sira Quiroga é uma costureira humilde que trabalha com sua mãe Dolores em um ateliê em Madri. Devido às instabilidades políticas da Segunda República (1931-1939) o momento era de incertezas.
  Sira era noiva de Ignácio, um homem que sonhava em ser funcionário público. Porém, ao conhecer Ramiro, o gerente sedutor de uma loja de máquinas de escrever, a costureira se apaixonou. Convencida de que não seria feliz com o noivo e com sua mãe na Madri instável, Sira larga tudo e todos e parte para o Protetorado Espanhol em Marrocos com o dinheiro da herança de seu pai e com o novo companheiro.
  Os dias seguintes foram de muita ostentação e luxúria. No entanto, ao acordar em uma bela manhã, percebeu que Ramiro não estava no quarto. Do lado da cama, um envelope com um bilhete de despedida. Ramiro foi embora e levou todo o dinheiro de Sira. E para piorar, ele deixou uma dívida gigantesca no hotel onde se hospedaram durante os dias que pareciam conto de fadas.

“Uma máquina de escrever detonou meu destino. Foi uma Hispano-Olivetti, e dela me separou durante semanas o vidro de uma vitrina. Visto hoje, do  parapeito dos anos passados, é difícil acreditar que um simples objeto mecânico pudesse ter potencial suficiente para alterar o rumo de uma vida e dinamitar em quatro dias todos os planos traçados para sustentá-la. Pois assim foi, e nada pude fazer para impedir.” 

  Sozinha num lugar totalmente desconhecido e em meio à guerra, a costureira precisa se virar. A polícia está na sua cola, visto que, ela deve muito dinheiro. Seu passaporte foi recolhido e não existe a possibilidade de voltar para Madri. Desolada e debilitada, Sira conhece Candelaria, dona de uma pensão simples. É ela quem acolhe a moça. Passado alguns dias, a dona da pensão, que é muambeira, faz uma proposta "indecente" para Sira: vender algumas armas que ela encontrou para os "subversivos". Bom, a partir daí a vida da costureira e da muambeira mudam completamente...

"Em poucos meses, eu havia fechado a porta na cara de todo meu ontem; deixara de ser uma simples costureirinha e me tornara, de maneira alternativa ou paralela, um monte de mulheres diferentes."

  Leitores, tenho apenas uma palavra sobre esse livro: maravilhoso. Por incrível que pareça, este livro foi fonte para um ensaio de História Ibérica II na faculdade (obrigada, professor). Maria Dueñas pondera muito bem a dose de história e de ficção. Os personagens são bem construídos e muitos são reais. Ademais, o crescimento da personagem principal é bem interessante.
  A história é bem longa e são vários os acontecimentos, principalmente depois que a Sira vende as armas (mas, não posso entrar nos pormenores para não dar spoilers). Mesmo com tantos detalhes, o enredo não é cansativo e sim envolvente. 
  Recomendo muito esse livro, sobretudo para os leitores que gostam de bons romances históricos. Além disso, tem um série (com o mesmo nome) muito boa baseada no romance e que está disponível na Netflix. É isso preguiçosos. Até mais, beijos!

ATENÇÃO: este trailer contêm spoilers





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