segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

[RESENHA VEST] Claro Enigma


Saudações preguiçosos!
 A resenha de hoje é da obra Claro Enigma do Carlos Drummond.
Ela é uma leitura fácil e obrigatória da Fuvest.

     A obra é presente no contexto histórico pós-guerra e pós-ditadura, participa da 3º Fase do modernismo, foi publicada em 1951, e tem como característica o uso da métrica rigorosa na poesia e tem a linguagem poética.
       É dividido em 6 partes:

I) Entre o Lobo e o Cão, onde retratam a efemeridade da vida, uma de suas poesias nele presente é Remissão.

II) Notícias Amorosas, tem o retrato do amor puro e apaixonado, ás tristezas e as memórias. Exemplo: Amar.

Que pode uma criatura senão,
Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar,
Amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?[...]

III) O meninos e os Homens, relata as transições da vida. Um exemplo é A um varão que acaba de nascer.

Todos vêm tarde. A terra anda  morrendo sempre, e a vida, se persiste,  passa descompassada, e nosso andar é lento, curto nosso respiro,  e logo repousamos e renascemos logo. (Renascemos? Talvez.)

IV) Selo de Minas, faz referência a inconfidência mineira. Exemplo: Estampas de Vila Rica.

Não calques o jardim

nem assustes o pássaro.

Um e outro pertencem

aos mortos do Carmo.
Não bebas nesta fonte

nem toques nos altares.

Todas estas são prendas

dos mortos do Carmo.

V) Os lábios cerrados, o fim da vida com tristeza, solidão e sem aproveitamento. Exemplo: Permanência.

Agora me lembra um, antes me lembrava outro. 

Dia virá em que nenhum será lembrado. 

Então no mesmo esquecimento se fundirão. 

Mais uma vez a carne unida, e as bodas 
cumprindo-se em si mesma, como ontem e sempre.

VI) A máquina do mundo, retrata o elo entre o homem e suas criações e a natureza, exemplo a própria A máquina do mundo.



E como eu palmilhasse vagamente

uma estrada de Minas, pedregosa, 
e no fecho da tarde um sino rouco

se misturasse ao som de meus sapatos 
que era pausado e seco; e aves pairassem 
no céu de chumbo, e suas formas pretas

lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,

a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.

É isso preguiçosos, até a próxima.

QUESTÕES

01. É incorreto afirmar sobre a obra de Carlos Drummond de Andrade que:

a) seu posicionamento individualista o afasta da problemática do homem comum, do dia-a-dia;
b) uma de suas temáticas é a reflexão em torno da própria poesia;
c) a lembrança de Itabira aparece em parte de sua obra; 
d) ocorre-lhe, algumas vezes, a mostragem de uma angústia proveniente de acreditar que não há saída para a problemática existencial; 
e) a ironia madura é uma das características marcantes de sua poesia. 

02. Sobre Carlos Drummond de Andrade é correto afirmar que: 

a) é o nome inquestionável na consolidação da poesia moderna no Brasil, pela síntese que logrou realizar entre várias contradições históricas do país; 
b) predomina, em seus poemas, uma linguagem erudita, com termos raros, compatível com os tópicos existenciais, mas inadequada para os temas do cotidiano; 
c) publicou uma série de livros de poesia e de crônicas que tratam predominantemente de temas provincianos, o que localiza sua obra na vertente regionalista da literatura brasileira; 
d) se dedicou à construção de uma linguagem objetiva e rigorosa, voltada para a expressão literária da paisagem tropical; 
e) sua poesia se caracteriza pelo lirismo de tom irônico e melancólico, registro de um inconformismo em relação à escassez de leitores de poesia no Brasil. 

03. Carlos Drummond de Andrade: 

a) foi um poeta que tratou de assuntos brasileiros a regionais, dando-lhe um caráter exótico e folclórico; 
b) versejou sempre de acordo com a poética tradicional, respeitando métrica e rima; 
c) atingiu a maturidade poética através da precisão da linguagem e do aprofundamento da visão de mundo; 
d) tem como polos poéticos o eu e o mundo; no primeiro sobressaem os conflitos com a família e a província; no segundo sobressai o amor, caracterizado pela carência; 
e) sem explorar as profundezas do eu, preocupa-se com o social, canta a solidariedade e interroga sobre o sentido da vida. 

04. Carlos Drummond de Andrade:

a) dedicou-se, na sua carreira literária, exclusivamente à poesia; 
b) sua obra poética fixou-se no passado e nas memórias, não acompanhando a evolução da poesia moderna brasileira; 
c) utiliza em muitos de seus poemas o verso livre, correspondendo aos ideais renovadores instaurados em 1922; 
d) distancia-se do mundo revelando-se um poeta indiferente, frio e calculista frente às transformações que o mundo apresenta; 
e) despreocupa-se da realidade circunstante e valoriza apenas o sentimento, principal característica do ser humano. 

05. Carlos Drummond de Andrade:

a) ao utilizar a palavra "gauche", esquerda, revela sua militância política na poesia engajada e participante, de esquerda; 
b) questiona reiteradamente em seus poemas as oposições sujeito-sociedade e província-metrópole; 
c) ao filiar-se ao movimento modernista do livro libertou-se das preocupações com a elaboração formal dos poemas; 
d) só produz textos metalinguísticos na primeira fase de sua obra; 
e) através da ironia e do humor evita que o eu-lírico se isole, proporcionando-lhe a comunhão com o mundo exterior. 

2 comentários:

  1. Oioi! Adoro poesias.. se bem que já faz tempo que não leio livros sobre! Foi muito bom relembrar de como é gostoso :)
    Beijinho
    EVENTUAL OBRA DE FICÇÃO - PARTICIPE DO CONCURSO RESPONDA E GANHE

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    Respostas
    1. Oi Roberta, também adoro poesias, fico feliz por ter gostado, beijos.

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