segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Leitores em ação! #2

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  Olá preguiçosos!
 Recebemos um texto super bacana de um leitor, chamado "O tempo". Espero que gostem...

O tempo

Deu-se ao tempo escolha alguma, e tornou-se ele inimigo passageiro-perpétuo daqueles que por um instante desejaram a eternidade. E ele se foi, desprendido de qualquer sentimento idealizado pelo homem, tornou-se lembranças em flashs que aos poucos perderam a nitidez. E o tempo vem já indo, enquanto tento, em linhas tortas, escrever minha história que preenche páginas brancas que aos poucos também se esgotam. Torno-me sabido de cada palavra à medida que o ponteiro maior desliza sobre os números do relógio, organizados minuciosamente em ordem crescente, mas que também tendem a acabar.
E é procrastinando, perdido no meu próprio pensamento utópico que noto a falsa dominação sobre os grãos de areia que jorram de uma ampulheta, e na necessidade, olho para o alto, com convicção, a ponto de me jogar na escuridão, imensidão de tempos que correm de maneira diferente.
O relativismo me surpreende, há os dizem que 30 segundos são eternos na frente de um microondas, que duas horas com a pessoa amada parecem alguns segundos que já se passaram. Há quem diga que o tempo voa, e quem discorde disso numa atividade entediante em que a palavra eternidade aparenta ter mais sentido. Há quem clame por mais um segundo, e aqueles que não vêem a hora do tempo acabar. Há aqueles que dizem que os 17 anos são eternos assim como o mês de agosto, e que dez segundos de coragem insana são equivalentes a dois infinitos... tem ainda os que dizem que alguns infinitos são maiores que outros, que estamos nos fins dos tempos, que nosso tempo está acabando, que o tempo não para, que ganhamos tempo enquanto outros perdem, que matamos o tempo e o tempo é que nos enterra... alguns dizem que tempo é administrável, imutável, intocável,imensurável e o mais absurdo: amigável. De fato não sei muito sobre o tempo, mas aprendi uma coisa... não importa quanto ele é, quão ruim ou  quão bom ele é... Um mês, um ano, uma década, 30 segundos ou a eternidade... De fato, nada disso importa, pois ele vai acabar... talvez isso seja uma de suas qualidades, mas também é um defeito. E quanto tempo já vivi? Pouco menos de duas décadas, e tantos tempos que já se foram que até então se denominavam eternos, e por si só deixam sua complexidade e se tornam apenas lembranças de tempos que já se foram... tento não usar o tempo, mas desfrutar dele, pois ao mesmo tempo que o perco,o ganho, e talvez essa seja a maior graça da vida, nunca ter controle sobre as regras que regem ela.
Busco, junto aos estudiosos, encontrar A EXCESSÃO dentro de um relógio. Enquanto isso, termino de escrever a minha história, que o tempo rouba, distorce, e nem ao menos se justifica. O perco, o ganho, o ignoro, o noto, apesar de mal ter provado sua existência.

-Guilherme Tenari-


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