Certo dia, Jacobina, um
militar, conversava com 4 colegas sobre a alma e outros assuntos. Jacobina,
mantinha-se calado, aparentemente desinteressado. Quando um de seus colegas
pede a sua opinião acerca da discussão, o militar decide contar um episódio de sua
vida...
Primeiramente, ele defende sua teoria sobre a
dualidade da alma de cada pessoa.
“Cada criatura humana
traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de
fora para dentro (...) Quem perde uma das metades, perde naturalmente metade da
existência.”
A partir de então, Jacobina narra o episódio
que ocorreu após a sua nomeação de Alferes da Guarda Nacional, quando sua tia
Marcolina o convida para o seu sítio. Lá, ela o presenteia com um grande
espelho proveniente da Família Real Portuguesa.
De repente, tudo muda na vida de Jacobina.
Ele perde a percepção de si mesmo, da sua “alma exterior”. Se vê solitário, sem
identidade.
Em certo momento ele decide se olhar no
espelho, e encontra uma imagem destorcida e difusa.
“Desde que ficara só, não
olhava uma só vez para o espelho. Não era abstenção deliberada, não tinha
motivo; era um impulso inconsciente, um receio de achar-me um e dois, ao mesmo
tempo, naquela casa solitária.”
Não conseguindo enxergar a si mesmo, Jacobina
veste a sua farda, e se olha novamente no espelho. Dessa vez, a imagem era
clara e nítida, e sua “alma exterior” foi recuperada, podendo agora completar a
sua “alma interior”.
Bom, apesar de curtinho, o conto O espelho é
bem complexo. Sua principal discussão é acerca das aparências humanas, ou seja,
ser vs. parecer. A análise do
comportamento humano é característica das obras machadianas e também do
realismo. Eu gostei muito do conto, o tema é super
interessante e refleti acerca do assunto por muito tempo kkk.
Esta foi a primeira resenha do especial, espero que tenham gostado. Beijos!
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