Saudações preguiçosos!
A resenha de hoje é da obra Claro Enigma do Carlos Drummond.
Ela é uma leitura fácil e obrigatória da Fuvest.
A obra é presente no contexto histórico pós-guerra e pós-ditadura, participa da 3º Fase do modernismo, foi publicada em 1951, e tem como característica o uso da métrica rigorosa na poesia e tem a linguagem poética.
É dividido em 6 partes:
I) Entre o Lobo e o Cão, onde retratam a efemeridade da vida, uma de suas poesias nele presente é Remissão.
II) Notícias Amorosas, tem o retrato do amor puro e apaixonado, ás tristezas e as memórias. Exemplo: Amar.
Que pode uma criatura senão,
Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar,
Amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?[...]
Entre criaturas, amar?
Amar e esquecer, amar e malamar,
Amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?[...]
III) O meninos e os Homens, relata as transições da vida. Um exemplo é A um varão que acaba de nascer.
Todos vêm tarde. A terra anda morrendo sempre, e a vida, se persiste, passa descompassada, e nosso andar é lento, curto nosso respiro, e logo repousamos e renascemos logo. (Renascemos?
Talvez.)
IV) Selo de Minas, faz referência a inconfidência mineira. Exemplo: Estampas de Vila Rica.
Não calques o jardim
nem assustes o pássaro.
Um e outro pertencem
aos mortos do Carmo.
Não bebas nesta fonte
nem toques nos altares.
Todas estas são prendas
dos mortos do Carmo.
V) Os lábios cerrados, o fim da vida com tristeza, solidão e sem aproveitamento. Exemplo: Permanência.
Agora me lembra um, antes me lembrava outro.
Dia virá em que nenhum será lembrado.
Então no mesmo esquecimento se fundirão.
Mais uma vez a carne unida, e as bodas
cumprindo-se em si mesma, como ontem e sempre.
VI) A máquina do mundo, retrata o elo entre o homem e suas criações e a natureza, exemplo a própria A máquina do mundo.
E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.
É isso preguiçosos, até a próxima.
QUESTÕES
01. É incorreto afirmar sobre a obra de Carlos Drummond de Andrade que:
a) seu posicionamento individualista o afasta da problemática do homem comum, do dia-a-dia;
b) uma de suas temáticas é a reflexão em torno da própria poesia;
c) a lembrança de Itabira aparece em parte de sua obra;
d) ocorre-lhe, algumas vezes, a mostragem de uma angústia proveniente de acreditar que não há saída
para a problemática existencial;
e) a ironia madura é uma das características marcantes de sua poesia.
02. Sobre Carlos Drummond de Andrade é correto afirmar que:
a) é o nome inquestionável na consolidação da poesia moderna no Brasil, pela síntese que logrou realizar
entre várias contradições históricas do país;
b) predomina, em seus poemas, uma linguagem erudita, com termos raros, compatível com os tópicos
existenciais, mas inadequada para os temas do cotidiano;
c) publicou uma série de livros de poesia e de crônicas que tratam predominantemente de temas
provincianos, o que localiza sua obra na vertente regionalista da literatura brasileira;
d) se dedicou à construção de uma linguagem objetiva e rigorosa, voltada para a expressão literária da
paisagem tropical;
e) sua poesia se caracteriza pelo lirismo de tom irônico e melancólico, registro de um inconformismo em
relação à escassez de leitores de poesia no Brasil.
03. Carlos Drummond de Andrade:
a) foi um poeta que tratou de assuntos brasileiros a regionais, dando-lhe um caráter exótico e folclórico;
b) versejou sempre de acordo com a poética tradicional, respeitando métrica e rima;
c) atingiu a maturidade poética através da precisão da linguagem e do aprofundamento da visão de
mundo;
d) tem como polos poéticos o eu e o mundo; no primeiro sobressaem os conflitos com a família e a
província; no segundo sobressai o amor, caracterizado pela carência;
e) sem explorar as profundezas do eu, preocupa-se com o social, canta a solidariedade e interroga sobre o
sentido da vida.
04. Carlos Drummond de Andrade:
a) dedicou-se, na sua carreira literária, exclusivamente à poesia;
b) sua obra poética fixou-se no passado e nas memórias, não acompanhando a evolução da poesia
moderna brasileira;
c) utiliza em muitos de seus poemas o verso livre, correspondendo aos ideais renovadores instaurados em
1922;
d) distancia-se do mundo revelando-se um poeta indiferente, frio e calculista frente às transformações que
o mundo apresenta;
e) despreocupa-se da realidade circunstante e valoriza apenas o sentimento, principal característica do ser
humano.
05. Carlos Drummond de Andrade:
a) ao utilizar a palavra "gauche", esquerda, revela sua militância política na poesia engajada e
participante, de esquerda;
b) questiona reiteradamente em seus poemas as oposições sujeito-sociedade e província-metrópole;
c) ao filiar-se ao movimento modernista do livro libertou-se das preocupações com a elaboração formal
dos poemas;
d) só produz textos metalinguísticos na primeira fase de sua obra;
e) através da ironia e do humor evita que o eu-lírico se isole, proporcionando-lhe a comunhão com o
mundo exterior.
Oioi! Adoro poesias.. se bem que já faz tempo que não leio livros sobre! Foi muito bom relembrar de como é gostoso :)
ResponderExcluirBeijinho
EVENTUAL OBRA DE FICÇÃO - PARTICIPE DO CONCURSO RESPONDA E GANHE
Oi Roberta, também adoro poesias, fico feliz por ter gostado, beijos.
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