segunda-feira, 8 de agosto de 2016

[RESENHA VEST] Iracema



  Continuando com o nosso projeto sobre resenhas de vestibular, o livro de hoje é Iracema, uma das maiores obras do autor José de Alencar.



Movimento: Romantismo - 1ª fase
Foco narrativo: 3ª pessoa, narrador observador


"Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo do jati não era doce como o seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado."




  Iracema é uma índia tabajara, filha do pajé Araquém e retentora do segredo de Jurema, uma espécie de planta alucinógena servida aos guerreiros. 
  Assustada ao encontrar um homem que estava perdido na floresta, o atinge com uma flecha. Esse homem é Martim, um colonizador português que se perdeu de seus amigos da tribo pitiguara, rivais dos tabajaras. 
  Arrependida, ela leva o homem até sua cabana, onde o visitante é acolhido e bem tratado.
  Iracema acaba se apaixonando por Martim, mas não pode se relacionar com nenhum homem pois conhece o segredo de Jurema. Para a sua tribo isso seria traição.
  A paixão falou mais alto, e com a ajuda de Poti, um índio pitiguara amigo de Martim, eles fogem deixando Irapuã, o chefe da tribo, furioso. O que acaba causando uma guerra entre os tabajaras e os pitiguaras, onde este último sai vencedor. Iracema vê parte de seu povo morrer, e ainda por cima Poti e Martim partem para mais uma guerra. 
  Ela descobre que está grávida, e devido ao grande amor que sente por seu homem, acredita que seu sofrimento se deve ao fato de ela estar esperando um filho seu. A dor lhe consome, e mesmo a visita de seu irmão Caubi a sua cabana na beira do mar, não ajuda.
  


"O doce lábio emudeceu para sempre; o último lampejo despediu-se dos olhos baços."



  Apesar de ser uma das maiores obras da literatura brasileira, Iracema não é uma leitura cativante, possui um tom poético muito grande, porém não encanta. 
  Mas apesar dos pesares, é de vital importância a leitura do mesmo, principalmente para aqueles que vão prestar vestibular esse ano, e, para que possamos ajudar, além da resenha, aqui vão algumas questões sobre o livro:


1. (UEL) Examine as proposições a seguir e assinale a alternativa INCORRETA.
(A) A relevância da obra de José de Alencar no contexto romântico decorre, em grande parte, da idealização dos elementos considerados como genuinamente brasileiros, notadamente a natureza e o índio. Essa atitude impulsionou o nacionalismo nascente, por ser uma forma de reação política, social e literária contra Portugal.
(B) Ao lado de O guarani e UbirajaraIracema representa um mito de fundação do Brasil. Nessas obras, a descrição da natureza brasileira possui inúmeras funções, com destaque para a "cor local", isto é, o elemento particular que o escritor imprimia à literatura, acreditando contribuir para a sua nacionalização.
(C) Embora tendo sido escrito no período romântico, Iracema apresenta traços da ficção naturalista tanto na criação das personagens quanto na tematização dos problemas do país.
(D) A leitura de Iracema revela a importância do índio na literatura romântica. Entretanto, sabe-se que a presença do índio não se restringiu a esse contexto literário, tendo desembocado inclusive no Modernismo, por intermédio de escritores como Mário de Andrade e Oswald de Andrade.
(E) O contraponto poético da prosa indianista de Alencar é constituído pela lírica de Gonçalves Dias. Indiscutivelmente, em "O canto do guerreiro" e em "O canto do piaga", dentre outros poemas, o índio é apresentado de maneira idealizada, numa perpetuação da imagem heróica e sublime adequada aos ideais românticos.

2. (PUC) Considere os dois fragmentos extraídos de Iracema, de José de Alencar.
I. Onde vai a afouta jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela? Onde vai como branca alcíone buscando o rochedo pátrio nas solidões do oceano? Três entes respiram sobre o frágil lenho que vai singrando veloce, mar em fora. Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e um rafeiro que viram a luz no berço das florestas, e brincam irmãos, filhos ambos da mesma terra selvagem.
II. O cajueiro floresceu quatro vezes depois que Martim partiu das praias do Ceará, levando no frágil barco o filho e o cão fiel. A jandaia não quis deixar a terra onde repousava sua amiga e senhora. O primeiro cearense, ainda no berço, emigrava da terra da pátria. Havia aí a predestinação de uma raça?
Ambos apresentam índices do que poderia ter acontecido no enredo do romance, já que constituem o começo e o fim da narrativa de Alencar. Desse modo, é possível presumir que o enredo apresenta
A) o relacionamento amoroso de Iracema e Martim, a índia e o branco, de cuja união nasceu Moacir, e que alegoriza o processo de conquista e colonização do Brasil.
B) as guerras entre as tribos tabajara e pitiguara pela conquista e preservação do território brasileiro contra o invasor estrangeiro.
C) o rapto de Iracema pelo branco português Martim como forma de enfraquecer os adversários e levar a um pacto entre o branco colonizador e o selvagem dono da terra.
D) a vingança de Martim, desbaratando o povo de Iracema, por ter sido flechado pela índia dos lábios de mel em plena floresta e ter-se tornado prisioneiro de sua tribo.
E) a morte de Iracema, após o nascimento de Moacir, e seu sepultamento junto a uma carnaúba, na fronde da qual canta ainda a jandaia.



  Bom preguiçosos, o projeto continua e outras resenhas sobre livros de vestibular serão postadas logo mais... Boa sorte e até logo! Beijos.



  

7 comentários:

  1. Oiii Lorena

    Li esse livro há um tempão, para trabalho de escola. Me lembro que demorou pra me prender no começo, mas no final terminei até gostando mais do que esperava.

    Beijos

    unbloglitteraire.blogspot.com.ar

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  2. Oi, Lorena. Achei bem interessante a proposta de vocês.
    Nossa, Iracema é uma incógnita para mim. Sempre tive vontade de ler, mas nunca peguei. Agora, fiquei incentivado a ler. Muito boa a resenha e a proposta. Vocês sempre tem ideias muito boas, admiro isso.
    Parabéns

    meuniversolb.wix.com/meuniverso

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  3. Oi Lorena! Adorei a resenha. Eu li esse livro a tantos anos e nem lembrava da história. A resenha me fez recordar e me deu vontade de ler novamente.. =) Adorei o blog e já tô seguindo aqui, beijos =*

    www.lendo1bomlivro.com.br
    Instagram :) @lendo1bomlivro

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  4. Eu tenho minha própria Índiazinha pra chamar de Iracema.

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